Direcionado para um público diversificado, foi realizada uma oficina sobre a relação de gênero no campo da sociedade. A atividade, pensada pela equipe técnica junto às ações do projeto Ater Biomas Caatinga, teve como objetivo trazer os relatos das mulheres quanto ao que sofrem devido à desvalorização e invisibilidade em suas vivências coletivas e a inclusão dos homens para a troca de informações que sejam relevantes para repensar a estrutura social e as crenças que podem ser transformadas. O encontro foi na comunidade Sítio dos Loiolas, Canudos, norte da Bahia.
Rita de Cássia, agricultora, fala sobre o impacto de ter esse tipo de formação em campo. “É um tema de grande necessidade para todos nós (…) a mulher precisa ter esse conhecimento, essa consciência de que ela tem valor, que ela pode fazer o que ela quiser mesmo com a sociedade contra. A gente vai, na verdade, desconstruindo o que foi passado para nós há tanto tempo, algo cultural”.
Outra agricultora presente foi Benta Maria, beneficiária do projeto. Para ela, falar sobre o assunto é uma forma de trilhar um caminho ainda extenso. “É um tema bastante polêmico e necessário para que todos da comunidade possam ter conhecimento e buscar novas informações para que a gente viva um dia a equidade de gênero”.
Além da participação e mobilização das mulheres, a preparação da atividade trouxe a inclusão dos homens, visando entender como pensam e se posicionam ao considerar os ensinamentos recebidos e o que podem fazer para se unir à causa. O produtor José Augusto comentou a importância da formação em conjunto. “Foi uma experiência muito agradável por nunca tratar desse tema, assim é muito difícil para minha pessoa, hoje com sessenta anos, em outros tempos, discutir esse fato e agora está acontecendo. Eu achei muito interessante que também participaram crianças para já ter um conhecimento que eu nunca tive antes e que eu acredito que vão ter muitas mudanças daqui para frente”.
Com a presença também de jovens, a técnica Mariane Almeida, uma das responsáveis pela ação, contou que “o público-alvo era toda a comunidade, já que a definição da temática foi uma forma de conscientização sobre igualdade de gênero (…) com a roda de conversa ouvimos exemplos, opiniões e relatos dos presentes, o que possibilitou uma dinâmica interativa para pensar formas de desconstruir essa desigualdade e o resultado foi uma ótima participação de todos”.
Os encontros fazem parte da agenda do projeto Ater Biomas Caatinga, promovido pelo Governo do Estado através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural da Bahia por meio da Bahiater, e têm as ações definidas segundo as demandas acompanhadas pela equipe de assistência técnica e extensão rural da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá, a Coopercuc.
