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FUNDAÇÃO ARARIPE RECEBE EQUIPE TÉCNICA DA FAO PARA ACOMPANHAR OS RESULTADOS DO PROJETO REDESER

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A Fundação Araripe recebeu, na última quinta-feira (18), a equipe técnica da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura – FAO para acompanhar os resultados do projeto Redeser, na Bahia. A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima – MMA e tem como objetivo interromper e reverter o processo de desertificação, através de ações para enfrentar a frequente degradação do solo e da perda de biodiversidade nos ecossistemas da Caatinga. Com foco nas Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), tem sua atuação concentrada nos municípios de Monte Santo e Uauá e tem como parceiros a Escola Família Agrícola do Sertão – EFASE e a Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá – COOPERCUC.

A visita contou com a presença da equipe técnica da FAO: coordenadora de Projetos Regionais no setor Florestal e Agroambiental no Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Jessica Casaza; gerente de projetos da FAO Tiago Rocha; e o coordenador do projeto Redeser, Manoel Timbó. O itinerário teve início em Uauá, na comunidade Ouricuri, Serra da Canabrava, e desenvolveu-se através da rotina do beneficiário do projeto Alcides Peixinhos, conhecido pelo seu trabalho como defensor da Caatinga. Na visita, o agricultor apresentou suas plantações, com sistema de agrocaatinga implementados, e seu processo de irrigação, que conta com a parceria da Fundação Araripe e da COOPERCUC. “O projeto mostra rumo, segurança e responsabilidade pela associação de fundo de pasto e pela Caatinga […] isso é enriquecimento e fortalece a natureza”, disse o agricultor. Alcides também mostrou suas práticas em meliponicultura com espécies de abelha Mandaçaia, produtoras de mel.

Além disso, foi mostrada a tecnologia social adotada pelo Redeser que é o Barragem Base Zero (BBZ), também implementado na comunidade. A BBZ é uma tecnologia social de baixo custo, feito com pedras soltas, que ajuda as famílias no combate ao processo de erosão, essenciais para a estabilização do solo e melhoria da qualidade dos recursos hídricos.

Após a visita técnica à comunidade, a equipe seguiu para conhecer outra comunidade: Lajes da Aroeiras. A ida teve como propósito conhecer o sistema agroflorestal que visa a produção de frutas para a Unidade de Beneficiamento (UB) de picolés. Na ocasião, foi mostrado outro sistema de agrocaatinga implementado para fortalecer a segurança alimentar dos rebanhos.

Na mesma semana, a equipe esteve a Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), em Monte Santo, na Bahia. Lá, estagiários do projeto mostraram como o colégio inteiro se movimenta para o projeto acontecer. Os estudantes mostraram os animais criados e a alimentação deles e a Unidade de Beneficiamento, também na escola, que fabrica a ração. Da mesma forma, foi mostrado o BBZ construído pelos próprios alunos, que, além de servir para práticas antierosivas, é essencial para as aulas, pois a familiaridade com sistemas como o BBZ prepara os alunos para o futuro da agricultura, que está cada vez mais dependente de tecnologias como essa para aumentar a produtividade e sustentabilidade.

A EFASE também conta com plantações de sementes fornecidas pelo projeto, assim como a área da meliponicultura que abriga as abelhas da espécie Mandaçaia e Jataí. “A partir do momento que a gente começa a levar para as pessoas as comunidades demonstrativas, a fazer esse processo de forma coletiva, conseguimos, de um certo modo, que as pessoas aceitem essas práticas com mais facilidade”, afirmou Cailane de Araújo, técnica do projeto Redeser e egressa da EFASE.”

A escola entra como ferramenta poderosa na disseminação de conhecimentos, com práticas que revertem o processo de desertificação, para as famílias dos próprios alunos. Tais práticas caminham para a boa execução do projeto, que visa não apenas reverter a degradação ambiental, mas também promover a segurança hídrica, alimentar e energética, gerando trabalho e renda e fortalecendo a convivência com a semiaridez.