Técnicos, agricultores familiares e parceiros, finalizaram, na última semana, mais duas implantações de áreas do sistema agroflorestal pelo projeto AgroCaatinga. As atividades foram realizadas de 18 a 21 de dezembro, em São Raimundo Nonato, no Piauí, e contou com cerca de 35 pessoas. A ação é fruto da parceria da Coopercuc com a L’Occitane que, também, conta com o apoio da Cooperativa de Produção da Região Piemonte da Diamantina (COOPES) e da Cooperativa Potiguar de Apicultura e Desenvolvimento Rural Sustentável (COOPAPI).
O objetivo é beneficiar famílias por transformar suas áreas sem produção em espaços de recaatingamento em comunidades do nordeste brasileiro, além de contribuir para soberania alimentar, aumento de renda e empoderamento.
“A gente vem desenvolver um sistema que também é bem pedagógico, o sistema de AgroCaatinga em parceria com a L’Occitane Brasil. Continuamos dando até hoje esse apoio de incentivo à produção, mas também garantindo principalmente a alimentação familiar, e claro, fazer com que em um pequeno espaço de terra a família consiga produzir alimento também para aumentar a renda, gerando autonomia e fortalecendo esse papel do protagonismo das próprias mulheres”, destaca Taiane Costa, pedagoga e técnica em agropecuária da Coopercuc.
O representante e especialista de pesquisa e desenvolvimento da L’Occitane Brasil, Sergio dos Santos, comemora as conquistas dessa parceria.
“Aqui no Piauí, na área de Dona Rosilene, estamos na 43ª área do projeto AgroCaatinga. Estamos completando cinco anos agora, uma etapa muito importante do projeto onde a gente está expandindo para um terceiro estado do Brasil, com a primeira área aqui no município de São Raimundo Nonato (…) Um grande sucesso, produtores muito felizes e muito engajados com a causa que é essa ferramenta de transformação social, ambiental, que traz uma alternativa para a agricultura familiar produzir”.
Para Egidio Trindade, coordenador do setor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Coopercuc, essas oportunidades de intercâmbio são para que as pessoas “possam, além de se beneficiar da tecnologia, estar acompanhando e participando dessa rede”.
FAMÍLIAS BENEFICIADAS
A primeira a receber o intercâmbio no estado foi a agricultora Rosilene Costa, da Serra da Onça I. Para ela, que faz parte da liderança quilombola da comunidade, a participação em eventos e demais interações entre produtores é muito importante para o desenvolvimento coletivo e para conseguir ser beneficiado com os programas.
“A gente está adquirindo conhecimento com eles e vendo que o projeto é muito bom, muito produtivo e eu creio, espero em Deus, que vai dar tudo certo. Estou muito feliz, muito contente com esse projeto aqui na minha casa, na minha comunidade, que não sou só eu que vou receber, mas também o meu vizinho e eu espero que mais tarde possa abranger os meus outros vizinhos que também vieram aqui me dar uma mãozinha, me ajudar e gostaram bastante. Todos ansiosos para que em breve possa migrar para a roça deles também, no momento é só gratidão”, contou.
O segundo beneficiado, da mesma comunidade, foi o produtor Vilmar Moreira, e o seu primeiro contato com esse trabalho foi em Uauá, na Bahia.
“A gente foi em Uauá, pegou conhecimento e Sérgio trouxe para cá. Perguntou se queríamos o projeto, aceitamos e eu estou vendo a grande experiência com o pessoal de Uauá, na Bahia, também do Rio Grande do Norte. Acredito que vai ter um bom resultado, eu tenho essa grande esperança de ver o desenvolvimento do AgroCaatinga aqui em nossa comunidade. A gente vê como ele é uma parte importante para o meio ambiente, uma forma de conservar o solo e é um movimento muito bonito. Como o AgroCaatinga vem para o desenvolvimento, isso é muito importante para a gente e eu acredito que não vai ficar só em dois AgroCaatinga, mas com o pessoal aqui da comunidade também”.
Em 2024, o projeto completou 5 anos de execução, com 44 áreas implantadas na Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí.